O
Brasil é presidido por uma mulher. Elas ocupam cargos do alto escalão
nos três poderes, como postos em ministérios e a presidência do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Apesar disso, em Pernambuco, elas ainda
precisam superar o machismo para atuar. Segundo um levantamento parcial
disponibilizado no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dos 811
pedidos de candidatura a vereador no Estado, 583 foram feitos por homens
- isto é, quase 72% - contra 228 solicitações das mulheres.
Grande
parte dos pedidos de impugnação de candidaturas que o Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) está analisando é referente ao fato de partidos ou
coligações não terem apresentado o mínimo de 30% de candidaturas
femininas exigido por Lei.
Para
o assessor da corregedoria do TRE Orson Lemos ainda impera uma tradição
machista. "Eu não entendo bem o porquê disso. Talvez, seja porque as
pessoas só vão a ambientes em que estejam familiarizadas, quando têm
amigos no local, e muitas mulheres não tem amigos na política. As
mulheres que estão na política hoje, geralmente, são convidadas por
familiares", avalia.
Ao
mesmo tempo, Orson acredita que as participações femininas tendem a
crescer, já que ele observa uma grande quantidade de mulheres atuando
nas alas jovens das legendas. "Por enquanto, acho que as mulheres
preferem apostar nas carreiras acadêmicas".
Já
a ex-deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) acredita que as famílias
dos políticos priorizam investir nas candidaturas dos homens, colocando
as mulheres apenas quando falta opção. "O que é uma coisa preocupante,
porque muito ficha suja coloca a mulher para se candidatar e continuar
governando".
Mas,
na visão dela, o maior entrave para as mulheres participarem da
política é na hora de captar recurso. "Há uma retração das mulheres
porque a política está ficando cada vez mais cara e as mulheres não tem
tradição de buscar recursos e lidar com dinheiro como ferramenta de
trabalho. Fazer santinho, colocar cavalete na rua é caro", afirmou. Ela
conta que precisou da ajuda do partido para bancar sua campanha e, mesmo
assim, desembolsou a metade do valor aplicado pelos correligionários.
A
tucana ainda avalia que o machismo no Recife é maior do que nas cidades
do interior. "Qual partido grande colocou uma mulher para disputar as
eleições deste ano no Recife? Enquanto que, em Caruaru, por exemplo,
Miriam Lacerda tem grandes chances de ganhar. Acho que isto é porque no
interior é mais barato fazer campanha". Miriam é candidata pelo DEM no
município do Agreste pernambucano.
Presidente
estadual do PPS e vice na chapa de Daniel Coelho (PSDB) na disputa pela
Prefeitura do Recife, Débora Albuquerque (foto) lembra que as várias
tarefas que uma mulher tem diariamente, como ser mãe, dona de casa e
manter a boa aparência, dificulta a atuação na política. "Para conseguir
espaço na política, precisamos de muito tempo disponível e nem sempre
temos por causa das outras tarefas que assumimos e não conseguimos
delegar para outras pessoas muitas vezes", opina.
Fonte: www.pbacontece.com.br
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