Habituada a publicar previsões pessimistas sobre a economia brasileira, a revista britânica The Economist faz uma análise sobre o cenário político de 2014 no Brasil que favorece a presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição. De acordo com a publicação, apesar de precisar enfrentar uma série de desafios ao longo do ano, como as críticas da oposição à sua gestão econômica – o que já vinha ocorrendo em 2013 – e a garantia de sucesso da Copa do Mundo, que será sediada no Brasil, Dilma 'será difícil de ser batida' – 'will be hard to beat', em inglês.
A reportagem lembra que o apoio à presidente Dilma, que sofreu
queda durante as manifestações de junho, voltou a crescer meses depois,
chegando a 47%, contra 30% de seus dois principais futuros adversários
(somados), o senador Aécio Neves, do PSDB, e o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, do PSB. O texto lembra também que a estratégia da maioria dos
eleitores brasileiros é votar em quem está à frente nas pesquisas. Se
atualmente favorece Dilma, o fato também pode ser um risco para a petista se um
dos candidatos começar a avançar significativamente.
Segundo a The Economist, 'nenhum dos prováveis adversários
de Dilma Rousseff está fazendo campanha a sério', sendo que o PSDB de Aécio
Neves enfrenta ainda um grande problema no importante estado de São Paulo: é
acusado de corrupção e superfaturamento em contratos públicos com os trens do
Metrô e da CPTM. As denúncias vêm pouco tempo depois de milhões de brasileiros
terem ido às ruas em protestos que começaram com o pedido de que fosse mantida
a tarifa do transporte público e melhorada a qualidade nesse setor. Segundo a
revista, 'o espírito de junho ainda está vivo'.
A verdade, de acordo com a revista britânica, é que as 14
milhões de famílias pobres beneficiárias do programa Bolsa Família são
certamente apoiadoras de Dilma. Prova da força desse eleitorado foi o rumor, em
maio, de que o programa iria acabar, causando muita confusão em cidades
carentes do Nordeste. Outras iniciativas, como a importação de profissionais
estrangeiros pelo programa Mais Médicos, foram altamente aprovadas pelas
massas. 'Apesar da fome dos brasileiros por mudança, os adversários terão de
convencer os eleitores de que muitas políticas permanecerão as mesmas, se um
deles ganhar', conclui a
publicação. (Do Portal 247)
Escrito por Magno Martins
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