sexta-feira, 16 de maio de 2025

DUAS MISSAS, UMA TRADIÇÃO DIVIDIDA: Insatisfação Cresce com a “Festa do Jacó” e Mudanças na Missa do Vaqueiro

 A tradicional Missa do Vaqueiro, que há 55 anos emociona fiéis, turistas e sertanejos no município de Serrita (PE), vive um momento de polêmica e insatisfação generalizada. O estopim da discórdia envolve a decisão do prefeito Aleudo, Wiliam Produções e vereadores da situação, de lançar, sob grande divulgação, a chamada “55ª Festa do Jaco” — um evento que, jamais existiu anteriormente e já nasceu com o rótulo de histórico.

A confusão aumentou com a divulgação da grade de shows do evento, considerada repetitiva, sem novidades e muito abaixo das expectativas. A promessa feita pela gestão municipal de anunciar com antecedência 60% das atrações para 2025 foi esquecida, e nomes como Bruno e Marrone e Calcinha Preta, como possíveis estrelas do evento, não passam de frustração: não estão na programação oficial.
Para completar a decepção, a própria prefeitura ousou provocar ainda mais o público ao lançar, meses antes da divulgação da grade, uma enquete pública perguntando quais artistas o povo gostaria de ver no evento. Entre os concorrentes estavam grandes nomes como Jorge & Mateus e Henrique & Juliano. Segundo os organizadores da votação, a dupla Henrique & Juliano foi a mais votada. Porém, contrariando a expectativa criada, eles não aparecem na grade final do evento. Tudo isso parece ter sido uma estratégia arquitetada para causar frisson entre o público — mais uma ilusão jogada ao vento.
Outro ponto que chamou atenção foi o cartaz de divulgação da “Missa do Vaqueiro”, marcada para o dia 20 de julho — mesma data em que ocorre a tradicional Expocrato no Ceará, o que dificulta a vinda de muitos frequentadores habituais. O cartaz, que exibe apenas a foto do bispo e do pároco de Serrita, não contém qualquer informação objetiva sobre a celebração, o que leva a crer, envolvendo a Diocese com total falta de respeito.
Enquanto isso, a verdadeira Missa do Vaqueiro — a que carrega o peso simbólico, histórico e espiritual do sertanejo — acontecerá no dia 27 de julho, com a presença do padre Antônio Maria, respeitado e querido pelo público que frequenta a celebração há décadas.
A tentativa da prefeitura de mudar a data para o 3º domingo de julho está sendo encarada como um golpe à memória coletiva, confundindo os turistas e romeiros que acompanham a celebração religiosa há mais de meio século. A revolta e indignação do povo continua nas redes sociais. Em uma das postagens sobre a Missa do Vaqueiro, após o lançamento da programação artística em Recife, um frequentador ironizou a ousadia do prefeito: “Só falta agora querer organizar o Galo da Madrugada” — referência ao maior bloco de carnaval do mundo, também símbolo tradicional de Pernambuco.
Com fotos das duas celebrações sendo comparadas — a "nova" no dia 20 e a tradicional no dia 27 — resta a pergunta que ecoa nas rodas de conversa, nas redes sociais e nos corações sertanejos: até onde vai a insatisfação do povo com essa tentativa de reinvenção forçada de uma tradição tão respeitada?
Pense nisso vez em quando...
Fátima Canejo
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