sábado, 30 de junho de 2012

CONVENÇÃO PSB EM SERRITA


Neste sábado (30) o PSB da cidade de Serrita, que nessa eleição se lança independente, está fazendo convenção para homologação da candidatura do Empresário Rosalvo Sampaio Canejo a prefeito, anunciando seu  vice e vereadores que se lançarão pelo partido. Acontecerá na escola  Mul. Menino Jesus, localizada na Praça Cel. Chico Romão, no Centro de Serrita às 16:00.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

TSE LIBERA CANDIDATURA DE CONTAS-SUJAS


Ministro José Antonio Dias Toffolli que votou a favor da ficha SUJA - foi nomeado por Lula

Com o voto do ministro José Antonio Dias Toffolli, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ontem por 4 votos a 3 que quem tem contas eleitorais sujas poderá ser candidato nas eleições municipais deste ano. De acordo com estimativa do tribunal, cerca de 21 mil políticos integram o cadastro da Justiça Eleitoral de contas rejeitadas.
O veto aos chamados contas-sujas estava previsto em instrução baixada pelo próprio tribunal em março passado. A norma impedia de concorrer ao pleito os candidatos que não conseguiram ter aprovadas, pela Justiça Eleitoral, as prestações de contas de campanhas anteriores. O pedido de reconsideração da instrução foi feito pelo PT com o aval posterior de outros 17 partidos.

A votação, que começou na última terça-feira, estava empatada em 3 a 3 e foi suspensa com pedido de vista de Dias Toffoli, que, além de integrar o TSE, é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem ele deu o voto decisivo, ficando vencidos os ministros Nancy Andrighi, relatora do processo, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello, estes dois últimos também do STF.
Toffoli seguiu a tese dos ministros Henrique Neves, Gilson Dipp e Arnaldo Versiani, para os quais basta ao candidato a apresentação das contas para obtenção da quitação eleitoral. Dipp explicou que as consequências da rejeição das contas estão previstas na Lei n.º 9.504/1997 (Lei das Eleições). O artigo 30-A da norma estabelece que cabe ao Ministério Público verificar se é ou não caso de gasto ilícito e apresentar denúncia perante a Justiça Eleitoral.
"Todas essas questões serão examinadas pelo Ministério Público. Se houver um grave ilícito na prestação de contas, o Ministério Público ajuizará a ação e essa sim é capaz de chegar à inelegibilidade do candidato", disse o ministro Dias Toffoli.

Recuo. Em março, o TSE mudou uma interpretação que estabelecia como condição para o registro de candidaturas apenas a apresentação das contas, e não a necessidade de que tenham sido aprovadas. Após as eleições, todos os candidatos têm de prestar contas sobre gastos e arrecadações da campanha.
"Quem não tiver quitação eleitoral (conta aprovada), não terá o registro (da candidatura)", resumiu na ocasião o então presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski.
A restrição derrubada ontem após o recuo do TSE se somaria à da Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados por órgãos colegiados e de políticos que renunciam para evitar processos de cassação, chancelada em fevereiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os partidos alegaram que a decisão anterior da Corte ignorava o prazo da anualidade, pela qual a legislação eleitoral deve ser adotada pelo menos um ano antes do pleito.
Na representação ao TSE, o PT afirmou que a lei em vigor, de 2009, entende como quitação eleitoral a apresentação das contas, "afastando, pois, de modo definitivo, a exigência de julgamento do mérito". "Estar quite é apresentar a prestação de contas", insistiu o partido, que ontem, junto com as demais legendas, viu a tese ser vitoriosa com o recuo dos ministros do TSE.
 


quarta-feira, 27 de junho de 2012

COMISSÕES DO SENADO APROVARAM PROJETO QUE RECONHECE PROFISSÃO DE VAQUEIRO

A atividade de vaqueiro poderá ser reconhecida como profissão. Projeto de lei com esse objetivo foi aprovado, nesta quinta-feira 19 de abril de 2012, pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Agora, a matéria será examinada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em decisão terminativa.

De acordo com o Projeto de Lei da Câmara (PLC 83/2011), dos ex-deputados Edigar Mão Branca e Edson Duarte, vaqueiro é o profissional qualificado para tratar, manejar e conduzir animais das espécies bovino, bubalino, equino, muar, caprino e ovino. A contratação dos serviços de vaqueiro, prevê a proposta, é de responsabilidade do administrador – proprietário ou não – do estabelecimento agropecuário de exploração de animais de grande e médio porte, de pecuária de leite, de corte e de criação.

É obrigatória, segundo a proposta aprovada, a previsão de seguro de vida e de acidentes em favor do vaqueiro nos contratos de serviço ou de emprego. Tal seguro deve compreender indenizações por morte ou invalidez permanente, bem como ressarcimento de despesas médicas e hospitalares decorrentes de eventuais acidentes ou doenças profissionais que o vaqueiro sofrer durante sua jornada de trabalho, independentemente da duração da eventual internação, dos medicamentos e das terapias que assim se fizerem necessários.

- O projeto regulamenta situação factual, existente de longa data, reconhecendo a importância desses profissionais e os perigos a que estão expostos em sua luta diária. O Projeto faz justiça a uma categoria típica de trabalhadores, cujo cruel esquecimento reclamava a regulamentação que em boa hora se implementa, afirmou o senador Sergio Souza (PMDB-PR), relator da matéria. 

Atribuições 
Pelo projeto, são atribuições do vaqueiro, entre outras atividades, alimentar os animais; realizar a ordenha; treinar e preparar animais para eventos culturais e socioesportivos com a garantia de que não sejam submetidos a atos de violência; e, sob a orientação de veterinários e técnicos qualificados, auxiliar com os cuidados necessários à reprodução das espécies.

Emenda do relator acrescentou entre as atribuições do vaqueiro o zelo pela saúde dos animais sob responsabilidade do administrador, com observância às orientações do médico veterinário. Na proposta inicial, o vaqueiro teria de cuidar da saúde dos animais sob sua responsabilidade.
De acordo com outra emenda do relator, o vaqueiro tem a obrigação de comunicar ao administrador fatos que representem risco epidemiológico para os animais, especialmente no que se refere à febre aftosa, bem como auxiliar nas tarefas relativas ao rastreamento dos rebanhos. 

Fonte: Agência Senado

MISSA DO VAQUEIRO EM FOTOS


 
João Prudente - fotógrafo e jornalista

Fotógrafo João Prudente expõe em Campinas, a partir de sábado, o resultado de viagem à Serrita (PE) para a revista Terra da Gente

Todos os anos, sempre na terceira semana de julho, a Missa do Vaqueiro reverencia a memória de Raimundo Jacó, sertanejo valente que passou a breve vida tangendo gado na Caatinga. Realizado em Serrita, no sertão pernambucano, o evento associa atos de fé, “pega do boi” e festa.

A primeira missa, em 1970, contou com a participação de Luiz Gonzaga, primo de Jacó. Em 2010, o fotógrafo João Prudente esteve em Serrita, para produzir uma reportagem para a Revista Terra da Gente,  publicada na edição 77 de setembro de 2010. Muitas das imagens podem ser vistas a partir de 30 de junho, em exposição no bar e restaurante Entremanos, em Campinas (SP).

Na década de 1950, Raimundo Jacó era um vaqueiro digno de ser cantado nos versos do cordel. Era o melhor no ofício de tanger gado na rústica Caatinga. “Sabia onde o animal de sua responsabilidade comia, bebia, dormia e gostava de ficar”, conta Prudente. Em 1954, o vaqueiro foi brutalmente assassinado, enquanto descansava da lida, por Miguel Lopes, seu colega de trabalho. Motivo: inveja.

A primeira Missa do Vaqueiro foi realizada 16 anos após a morte de Jacó e idealizada pelo padre João Câncio. A ele se juntaram Luiz Gonzaga e Pedro Bandeira, violeiro e poeta cearense. Num anfiteatro, a céu aberto, a cerimônia religiosa reúne o povo de Serrita, visitantes de várias partes do País e, principalmente, vaqueiros. Paramentados e montados em seus cavalos, vão até o altar e entregam o que de mais sagrado possuem: suas roupas de trabalho e apetrechos de montaria.
Na festa, sanfoneiros e cantores se unem para cantar A Morte do Vaqueiro, um hino à valentia composto por Luiz Gonzaga para homenagear o primo Jacó: “Numa tarde bem tristonha / gado muge sem parar / lamentando seu vaqueiro / que não vem mais aboiar / tão dolente a cantar / tengo lengo, tengo lengo / tendo, lengo, tendo / ei, gado, oi...”.




Serviço
Exposição Missa do Vaqueiro
Fotos de João Prudente
A partir de 30 de junho, no bar e restaurante Entremanos, de 2ª a sábado, das 11h às 14h30 e às quintas, sextas e aos sábados, das 18h às 22h.
Av. Santa Isabel, 493 – Barão Geraldo – Campinas (SP)
Fones: (19) 3367-6510 e (19) 8267-3939


O ABOIO QUE SOBE AOS CÉUS

Missa do Vaqueiro, manifestação que ocorre em Serrita, Pernambuco, mantém ligados os senhores das boiadas de ontem e hoje

 EI, GADO, OI! O aboio é um tipo de canto para incitar, aquietar e apaziguar o gado no pasto, principalmente na Caatinga. Também conduz o rebanho ou a rês desgarrada para o curral. O vaqueiro nordestino, por exemplo, utiliza o aboiar para chamar ou mesmo orientar o companheiro perdido em alguma serra e nos tabuleiros da Caatinga repletos de espinhos. O vaqueiro mais famoso e destemido do Nordeste, “aboiador” de primeira, foi Raimundo Jacó, que passou a vida tangendo gado para seus patrões. Gostava de se embrenhar, muitas vezes a galope, pela Caatinga traiçoeira atrás de boi xucro. Quanto mais fechada a vegetação, mais ele gostava. Na maioria das vezes, montava em pelo e conhecia cada cabeça de rês sob sua responsabilidade. Sabia onde o animal comia, bebia, dormia e gostava de ficar.

Contratados da mesma fazenda, Raimundo Jacó trabalhava para o patrão; Miguel Lopes, seu companheiro, para a patroa. Em uma última jornada pela Caatinga, no sítio Lages, no município de Serrita, em Pernambuco, os dois vaqueiros foram atrás de uma novilha desgarrada do rebanho da patroa. Com experiência de sobra, em pouco tempo Jacó descobriu o paradeiro da novilha, amarrou-a em um pedaço de pau e ficou à sombra de um ingazeiro, fumando, com seu fiel cachorro ao lado. Ao avistá-lo, Miguel Lopes ficou muito constrangido. Cheio de mágoa e inveja, na primeira oportunidade e desatenção do companheiro, pegou uma pedra e o acertou na cabeça, matando o vaqueiro ali mesmo onde estava. Voltou sozinho com a novilha para os patrões e disse não ter visto Raimundo Jacó.

Passaram-se três dias e urubus já anunciavam a tragédia. Alguns vaqueiros foram ao local e encontraram o corpo de Jacó ao lado de seu cavalo e do cachorro, que o protegeu contra o ataque das aves. Enterraram o homem ali mesmo. O cão foi encontrado, dias depois, morto sobre o túmulo de seu dono. O cavalo do vaqueiro, desnorteado, passou vários dias relinchando no pasto.

Passados 17 anos da morte de Raimundo Jacó, em 1970, foi rezada no sítio Lages, em pleno sertão, a primeira missa, justa homenagem ao vaqueiro por iniciativa do padre João Câncio com apoio de Luiz Gonzaga, o “rei do baião”, e Pedro Bandeira, violeiro e repentista cearense.
“Ao ser ordenado padre, João veio para a paróquia de Serrita. Por ser novo na cidade, tinha muita dificuldade de se aproximar da comunidade. Então descobriu como se integrar. Começou a fazer exatamente o que as pessoas gostavam, ou seja, o pastoreio do gado”, conta Helena Câncio, professora e produtora cultural, viúva do padre João. Após conhecer a história de Jacó, “que dizem ter sido assassinado, porém sem provas”, ressalta Helena, o religioso encantou-se. Em conversa com Luiz Gonzaga resolveu organizar um evento que se estenderia a todos os vaqueiros do Nordeste. “Foi então realizada a primeira missa, com formato próprio e linguagem específica. O propósito era exaltar a figura do vaqueiro, sem fugir, é claro, da religiosidade. Vaqueiros chegavam, orgulhosos, com suas indumentárias de couro e cavalos bem arreados para a celebração”, conta a professora.

Além da missa no domingo pela manhã, o ponto forte é a “pega do boi” sábado à tarde, na Caatinga, como demonstração da valentia e destreza de centenas de vaqueiros. A coragem, temperada com prêmios em dinheiro, faz com que os participantes se embrenhem no tabuleiro. Os garranchos de pau seco e plantas da Caatinga, quase todas cheias de espinhos, a exemplo de quebra-facas, catingueiras, imbuzeiros, chique-chiques e unhas-de-gato, são obstáculos corriqueiros e presentes no dia a dia. A vestimenta para enfrentar a Caatinga brava é feita de couro de bode, cru e curtido.
Um “terno”, como é chamado, compõe-se de chapéu de couro, guarda-peito, gibão (camisa do vaqueiro), par de luvas, perneira e sapato (ou bota). Antigamente, usavam-se as alpercatas e também o chinelo do vaqueiro, fechado somente na frente, além de uma perneira de proteção, também conhecida como “perneira-puxa”. “Cada lugar tem o seu terno diferente e só de a gente bater o olho, já sabe de onde é o vaqueiro. O nosso, por exemplo, é mais pesado e o couro, mais grosso. O importante é que somos todos unidos, independentemente da região”, afirma Valmir Galaça, vaqueiro de Floresta (PE), participante da missa há dez anos.

Os vaqueiros começam a chegar ao parque, local da festa, na sexta-feira à tarde. Interagem, divertem-se e preparam-se para o grande momento: a missa de domingo. “Aqui tem muita muié bonita, mas tem também muita muié feia. Essa missa é de alegria e também de tristeza. De tristeza, porque aqui a gente vem cumprir nossa sina, de relembrar a morte de Raimundo Jacó. Eu tô aqui, todo arremendado, veio, mas tô na luita. A mió coisa do mundo é correr atrás de gado, namorá muié bonita e pagá com muito obrigado”, conta Antonio Ernesto, 72 anos, vaqueiro “mestre” que participa desde a primeira missa.

Nas primeiras horas do grande e último dia, vaqueiros queimados de sol preparam-se para a celebração. A um quilômetro, na estrada que dá acesso ao parque, arranjam-se em duas filas indianas. À frente da comitiva vai Tiago Câncio (filho de Helena e do padre João); ao seu lado, Vicente Jacó, filho do vaqueiro. Começam a cavalgar em direção ao local da festa e, em pouco tempo, estão todos reunidos em uma grande confraternização. O tilintar dos chocalhos ecoa por todo o parque e o padre, com chapéu de couro, declama: “A terra é quente de fé, o sol é a luz de Deus. Os homens, filhos da terra, o céu a miragem azul, o horizonte a cinza da natureza. O vento seca a face do mundo, a presença do tempo é sertão, o canto é divino. Jesus no céu, nas pedras, na Caatinga, em tudo e em todos. Onipresente, nordestino, vaqueiro, sertanejo, Jesus sertanejo, a Caatinga primeira, que abre a cena da missa, que o tempo criou: a Missa do Vaqueiro.”

O ponto culminante da celebração é o ofertório, momento em que vaqueiros tarimbados na lida com o gado, representando toda a classe e montados em seus cavalos, entregam no altar o que de mais sagrado possuem: suas roupas de trabalho, além de apetrechos da montaria. No anfiteatro a céu aberto, em formato de ferradura, um poeta canta em repente cada entrega realizada. “Um momento também muito forte é a comunhão. O vaqueiro, no dia a dia, leva para o campo seu alimento, que é basicamente farinha, rapadura, carne-de-sol e queijo coalho. Na missa, a comunhão é feita com esses alimentos. No fim, eles descem de seus cavalos, dividem o alimento e comem”, diz Helena. A trilha sonora, durante todo o culto, tem composições do poeta Janduhy Finizola, a Reza do Sol, executada por vários artistas.

A festa continua mesmo sem o aboio do valente Raimundo Jacó, a celebração de fé e justiça social do padre João Câncio e a sanfona dourada de doze baixos que chorava nos dedos de Gonzagão, primo de Jacó, representante legítimo de um povo que ainda não tinha voz. Emocionados, vaqueiros e visitantes ouvem atentamente, o hino do “rei do baião”, que homenageia e consagra Jacó, a Morte do Vaqueiro: “Ei, gado, oi, ê ê ê ê ê ê ê ê i! Numa tarde bem tristonha, gado muge sem parar, lamentando seu vaqueiro, que não vem mais aboiar, não vem mais, aboiar, tão dolente a cantar. Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, ei gado, oi...”.

Onde fica
Serrita, no sertão de Pernambuco, a 562 quilômetros de Recife, é conhecida como “Capital do Vaqueiro”. O sítio Lages, local do evento, fica a 40 quilômetros de Serrita (estrada de asfalto). A festa é patrocinada pelo governo de Pernambuco e tem apoio da prefeitura de Serrita. É considerada o segundo maior evento turístico do Estado e, em julho de 2010, completou 40 anos. Na semana que antecede a missa, são realizados os mais diversos festejos folclóricos: “pega de boi” na Caatinga, vaquejada, feira com comidas típicas, shows e forró pé-de-serra. A animação corre solta durante as noites de sexta e sábado. O evento é organizado todos os anos, sempre na terceira semana de julho, com entrada gratuita. É ideal ligar para confirmar a data e agendar com antecedência a hospedagem. O telefone do Centro Cultural do Vaqueiro, que organiza o evento, é (87) 3882-1489.

Onde se hospedar
A opção de hospedagem é em Salgueiro, cidade a 30 quilômetros de Serrita (e a 70 do sítio Lages). A dica é o Salgueiro Plaza, telefone (87) 3871-1367, site salgueiroplaza.com.br. Na cidade, há outras alternativas. O parque conta com área de camping gratuito, com sanitários, e espaço para trailer e motor-home.
Fonte: Revista Terra da Gente
Fotos e texto: João Prudente
 

terça-feira, 26 de junho de 2012

O COMBATE DA FAZENDA IPUEIRAS EM SERRITA

Coronel Pedro Xavier das Ipueiras
No dia 03 de fevereiro de 1927, na Fazenda Ipueiras, hoje município de Serrita/PE, naquela época município de Leopoldina, hoje Parnamirim, no alto sertão pernambucano,  ocorreu um grande combate entre a Família do Cel. Pedro Xavier e Lampião e seu bando.

Ipueiras, de certo modo, possuía uma situação privilegiada, de solo fértil, água; lá se produzia cana-de-açúcar, para fazer moagens, arroz, batata e demais produtos da terra destinados á alimentação da população, a pescaria nos açudes e a atividade agropecuária. O excedente era comercializado na feira semanal localizada na Vila de Ipueiras, encravada na Fazenda de mesmo nome.

O Coronel Pedro Xavier, homem flexível, hospitaleiro e generoso, exerceu também o cargo de juiz  interino de direito na vacância do titular da comarca de Leopoldina. Morava no casarão da Fazenda Ipueiras e teve numerosa prole. Os descendentes, os familiares dos Xavier; uns moravam na Fazenda  e outros na Vila de Ipueiras – uma incipiente urbanização com um pequeno mercado semanal, uma escola, uma agência de correio, farmácia, mercearia, padaria, loja, que na sua maioria, pertenciam aos próprios membros da família, uma espécie de feudo.

Localização de Serrita/Pe.
Na década de vinte , do século passado, eram comuns as andanças de bandos de cangaceiros, por todo o nordeste. Lampião perambulava pelas caatingas, assaltando, matando, extorquindo, pequenos, médios e grandes proprietários de terra.

De início, Lampião e o seu bando passaram em “paz” pela Ipueira, em 26 de maio de 1925, quando o Cel. Pedro Xavier não fugindo da costumeira hospitalidade,  mandou fornecer-lhe comida, roupas e lenços tirados da loja de um de seus filhos Gumercindo.

Naquela oportunidade,  as filhas e as noras do Cel. Pedro Xavier foram proibidas de se apresentarem para conhecer Lampião e seu bando, para evitar que os cabras cometessem algum atrevimento.

O Cel. Pedro Xavier, um tanto constrangido de ter dado guarida a Lampião, pois soube de algumas bobagens que seu bando andou fazendo com outras pessoas dali, firmou o propósito diante da família, de que, na próxima vez que ele passasse, o “ receberia na bala “. Para isso, mandou um recado para Lampião:

“Não volte mais a Ipueiras, do contrário, será recebido a bala”.Ao tomar conhecimento do fato,  Lampião mandou a seguinte resposta:“ Quando passei por Ipueiras, respeitei você e sua gente, agora com seu recado atrevido a coisa vai mudar, prepare-se que haver choro".

O momento fatídico estava para acontecer a qualquer instante. Até que no dia 03 de fevereiro de 1927, alguns membros da família do Coronel Pedro Xavier estavam reunidos na casa da fazenda para almoçar, esperando os demais que se encontravam na Vila de Ipueiras. Encontravam-se na casa sede da fazenda apenas: a matriarca Josefa Xavier (esposa do coronel); José Saraiva Xavier (Dezinho), um dos baluartes do combate; Aparício Xavier que na época era seminarista em Petrolina-PE, e estava de férias na Fazenda; Mário Saraiva Xavier, o mais novo dos filhos e ainda menino; Francisca Xavier (nora do Coronel); Pedro; e amigos da família como Napoleão Pereira e Naninha (esposa); e Tosinha ( de Jardim-Ce); Manoel Preto ( afilhado de d. Josefa) e Pedro Dama, este, por sinal, cego de um olho, homens de confiança da família.
Estavam na Vila de Ipueiras na hora do cerco e foram subindo para a casa da fazenda, atirando: o Coronel Pedro Xavier, o patriarca da família, Gumercindo, Antonio, Aristides e Amélia (filhos do coronel), João Sampaio Xavier (genro e sobrinho), Luiz Teixeira (genro), Pedro Saraiva (genro). Dos filhos só faltou Francisco Xavier Sobrinho, filho mais velho do coronel Xavier, que estava em um fazenda distante, e não chegou a tempo.

De repente, se ouviu um tiro.Dezeinho Xavier teve a impressão de ser tropa do governo, e indagou: “ Quem vem aí, é da polícia?“. A resposta foi um tiro disparado pelo cangaceiro ‘Tempero' que vinha á frente do grupo. Por um triz não alvejou Dezinho, que, sem perda de tempo, respondeu ao tiro, atingindo o aludido bandoleiro á altura de uma das orelhas, que caiu ali, sem vida.
Lampião e seus cabras iniciaram o grande tiroteio, com mais rancor, diante da morte de um dos integrantes do grupo. Verdadeira batalha estava sendo travada, entre os Xavier e os Cabras de Lampião, cujos tiros quebraram jarras d´agua, derrubaram paiol e jirau de queijo. Dezinho Xavier, Manoel reto e Pedro Dama seguraram o fogo de frente evitando que Lampião chegasse ao terreiro da casa, enquanto esperavam pelo pessoal que estava na Vila de Ipueiras, mas que já vinham ás carreiras para  sustentar o fogo.

Enquanto o combate prosseguia, com tiros de ambos os lados, as mulheres rezavam e os homens, não tinham tempo nem  de urinar. Napoleão Pereira, em alto e bom desafiava Lampião, dizendo: “ Cabra safado, um bandido como tu, eu te dou de peia no umbigo, você está falando com Napoleão Pereira do Jardim do  Ceará “. No meio da aflição, Manoel Preto acalmava Dona Zefinha; “ Madrinha Zefinha, enquanto a senhora ver este negro aqui, só tenha medo dos castigos de Deus “.

Lampião trazia como refém, um camponês, amigo dos Xavier, Sr. Vicente Venâncio, além de Pedro Vieira Cavalcante da cidade de Jardim-Ce, tendo exigido da família desse último, 5 contos de réis para soltá-lo.

A hora crucial se aproxima, o quadro torna-se dramático e nunca se sabia como iria terminar tudo aquilo, apesar da resistência dos Xavier se fazer forte, com poucos homens lutando e uma coragem inusitada.

Com a chegada, na casa da Fazenda, dos  que se encontravam na Vila de Ipueiras, entre eles, destacou-se Gumercindo Xavier, homem de caráter admirável e coragem a toda prova, a reação aumentou.
Imagens da Fazenda Ipueiras - Serrita/Pe.
Só que os recursos se exauriam, a cada minuto. O Cel. Pedro Xavier temendo a munição se acabar e Lampião ir ganhando terreno em direção á casa da fazenda, e ai seria o fim da epopéia, mandou seus serviçais selar cavalos e avisar aos parentes e amigos, a exemplo do Coronel Chico Romão, de Serrita/PE.

Segundo depoimento de um dos reféns de Lampião, Sr. Vicente Vitorino, no momento do tiroteio,  “Havia se quebrado o Rosário de Lampião", e, como os cangaceiros eram por demais supersticiosos, o rei do cangaço manifestou-se receoso com o fato: era  mal sinal num combate, quebrar-se um rosário. Por sua vez a bala certeira dos Xavier havia matado o cangaceiro “Tempero”. Lampião ficou cabreiro com o episódio e disse:

“ os homens estão fortes, o rosário quebrou e já perdemos nosso melhor fuzil, referindo-se á perda de “Tempero” ( que era um dos melhores atiradores do grupo),vamos dar o fora“.

Naquele dia Lampião estava endiabrado. Como a esposa do refém Pedro Vieira Cavalcante (de Jardim-Ce) não pagou o resgate exigido pelo facínora, ali mesmo, na Faz. Ipueira, ele foi morto.  O tenebroso bandido, também, matou um popular, um rapaz jovem chamado Lino, que ia cavalgando num jumento, próximo ao local do combate.
 
O refém Vicente Vitorino teve melhor sorte. Lampião se dirigiu ao mesmo e disse-lhe:“ Velho, se você nos desviar de um "Piquet" dos Xavier, eu lhe solto, se não você morre “.E, então, o camponês sabiamente, os conduziu por percursos estranho aos percorridos normalmente pelos Xavier, e, lá longe, na Macambira, Lampião soltou o velho que voltou á casa dos Xavier e narrou todo o acontecido.
Severo, Dr. Napolão e Ivanildo Silveira
Logo após o cambate, chegaram á Fazenda Ipueiras, o Coronel  Chico Romão, de Serrita, com 50 homens, armas e munições, Aparício e Alfredo Romão com 30 homens; Luiz Pereira de Jardim-CE (genro do Cel. Pedro Xavier) com 30 homens. Em face do acontecido, as filhas do coronel Pedro Xavier, a idéia foi de Adalgisa ergueram uma Capela na fazenda, cujo patrono é São José.

Um abraço  a todos
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN
IPUEIRA ATUAL 
Fonte: Cariri Cangaço

ALIANÇAS POLÍTICAS REVELAM AS CONTRADIÇÕES DOS PARTIDOS NO SERTÃO DE PERNAMBUCO



Muitos das legendas que caminham juntas em Petrolina, em municípios vizinhos estão em lados opostos do ring. Um exemplo por ser observado em Afrânio, localizado a 110 km de Petrolina.
Lá, o PHS do deputado Adalberto Cavalcanti, que deve lançar sua esposa à prefeita, faz oposição ao candidato que o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) apóia, Carlos Cavalcanti. Em Petrolina, Gonzaga e Adalberto caminham abraçados na coligação de Fernando Filho.

 Rivais em Petrolina, PT, PSB e DEM estão na mesma coligação em Dormentes. O partido de Eduardo Campos e o de Humberto Costa também se unem em Santa Maria da Boa Vista.

Portanto, com as divergências e convergências políticas em nossa região, fica claro que as ideologias partidárias estão mesmo todas perdidas. Ou, quem sabe, tais demonstrações de apego e desapego político se justifiquem com base na velha máxima de Lênin que reza ser preciso, às vezes, dar um passo para trás, para depois dar dois para frente. Ou aquela outra: “os fins justificam os meios”.

Exemplo-Diante de tal cenário, um exemplo de isonomia e convicção política vem da nordestina radicada em São Paulo Luiza Erundina. Já certa como vice de Haddad (PT) em São Paulo, a deputada federal pelo PSB abandonou o posto depois que viu Lula e Maluf abraçados, firmando acordo de parceria para que o prefeiturável petista conquistasse mais um minuto no guia eleitoral de TV.
No popular, como diriam vários e vários anônimos que decidem verdadeiramente as eleições, “errado é quem briga por eles”.
Fonte: blog do banana

sábado, 23 de junho de 2012

CONVEÇÃO MUNICIPAL DO PSB EM CRATO/CEARÁ


CONVENÇÃO MUNICIPAL DO PSB-40!
PRESENÇA GARANTIDA DO PRESIDENTE ESTADUAL DO PSB-CE, CID GOMES!
VENHA, PARTICIPE, JUNTE-SE A ESSE PROJETO!
JUNTOS, PELA MUDANÇA QUE O CRATO PRECISA!!!

Fonte: Acessoria de Comunicação do PSB

sexta-feira, 22 de junho de 2012

PSB DE PERNAMBUCO DECIDE QUE GERALDO JÚLIO É CANDIDATO A PREFEITO EM RECIFE

Geraldo Júlio, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, é o candidato de Eduardo
O escolhido do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para disputar a Prefeitura do Recife é Geraldo Júlio, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. O fator determinante para a decisão em favor do nome dele foi o desejo do eleitor, revelado em pesquisas internas feitas pelo partido, de ter um prefeito como perfil mais gerencial. Geraldo Júlio, além de fazer parte da equipe de Eduardo, foi responsável pelo modelo de gestão implementado no governo desde 2007 e que hoje, é reproduzido em vários estados do país.
Esse, inclusive, seria uma motivo a mais para a escolha recair sobre o ex-secretário, novato na política e desconhecido do eleitor pernambucano. Na função de secretário de Planejamento e Gestão, cargo que ocupou na primeira gestão de Eduardo, Geraldo acumulou conhecimento de todas as ações realizadas pelo governo no estado. Uma condição que torna mais "fácil" a tarefa de Eduardo de explicar à população, em curto espaço e tempo, a ligação do candidato socialista com a sua gestão que, no Recife, tem uma aprovação de 91%.
Fonte:Diário de Pernambuco

PSB LANÇA ROBERTO CLÁUDIO PARA PREFEITO DE FORTALEZA

ROBERTO CLÁUDIO É O CANDIDATO DO PSB  A PREFEITO DE FORTALEZA
O nome do vice  será indicado pelo PMDB
O deputado Roberto Cláudio foi escolhido como candidato do PSB para disputar a Prefeitura de Fortaleza neste ano. O nome do vice que deverá compor a chapa do partido do governador Cid Gomes para a eleição majoritária na Capital ainda não foi definido, mas, ontem à noite, durante a reunião entre PSB e outras 11 legendas que compõem a base aliada de Cid, foi decidido que essa indicação caberá ao PMDB. A convenção do PSB para homologar as candidaturas está marcada para amanhã.

No primeiro discurso como pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio ressaltou que a motivação da candidatura própria do PSB é construir um novo projeto para Fortaleza, destacando que a cidade passa por três problemas sérios que merecem maior atenção: saúde pública, educação e mobilidade urbana. Sem fazer menção ou críticas à atual administração de Fortaleza, liderada pelo PT, ele afirmou que a intenção do partido é fazer uma campanha limpa.

O governador Cid Gomes, que preside o PSB no Estado, por volta das 23h, anunciou o candidato. Iniciou o discurso, afirmando que foi opção do PSB tomar uma decisão participativa e democrática. Cid declarou que o seu partido indicou três jovens lideranças como possíveis candidatos - deputado Roberto Cláudio, ex-secretário Ferruccio Feitosa e vereador Salmito Filho -, afirmando que, apesar de nenhum deles ter sido ainda candidato a cargo de chefe do Executivo, todos revelaram ser capacitados. "A forma mais democrática foi compartilhar (a decisão) e digo mais, digo delegar a escolha. O PSB se limitou a apresentar três candidaturas para que os onze partidos decidissem", afirmou Cid, explicando que a escolha foi tomada em uma votação da qual o PSB não participou.

Durante o encontro, cada um dos nomes postos pelo PSB dispôs do tempo de 20 minutos para defender a sua candidatura. Ao final, os pré-candidatos saíram da sala e os dirigentes dos 11 partidos presentes (PEN, PHS, PMDB, PMN, PRB, PRP, PSD, PSDC, PSL, PTB e PTC) se pronunciaram e votaram no candidato. Conforme Cid, foi pactuado que a contabilização desses votos não seria divulgada.

Articulação

O governador Cid Gomes, que criticou a escolha do candidato petista por considerar que faltou diálogo com os aliados, fez questão de dizer que a aliança começa na origem, na definição do nome, e que isso deverá fortalecer a aliança entre os onze partidos em torno do nome do deputado Roberto Cláudio.

Ele disse ainda que continua conversando e articulando com o PP, tendo se reunido, ontem, com o presidente estadual, José Linhares, com o presidente municipal, Jaime Cavalcante, e com o vereador Casimiro Neto, mas nenhuma decisão foi tomada porque o PP ainda conversa com o PCdoB sobre a possibilidade de apoiar a candidatura de Inácio Arruda em Fortaleza.

No que diz respeito às coligações para a disputa proporcional, Cid Gomes disse que cada partido tem autonomia para definir as coligações, mas afirmou que houve uma ponderação durante a reunião para que as siglas deleguem às suas executivas municipais as articulações e decisões sobre isso.

Vice

Em relação a indicação de um vice para a chapa encabeçada pelo PSB, o senador Eunício Oliveira disse que, como presidente estadual, levará a questão para discutir com o seu partido. Ele disse que o partido tem vários nomes, mas que não teria condições de adiantá-los. O senador fez questão de ressaltar que a candidatura significa um novo projeto para a Capital.
Discurso semelhante foi o do pré-candidato Roberto Cláudio, que, em entrevista, afirmou que o PSB não fazia parte da gestão de Luizianne Lins, apenas apoiava politicamente o PT. Roberto Cláudio ponderou que a campanha do PSB não será contra qualquer projeto existente, mas a candidatura, argumenta, surgiu de uma vontade do partido por mudança. "É replicar o modelo que vem dando certo no Governo do Ceará, que vem dando conta de resolver problemas, como na saúde e na educação", declarou.

O deputado Ivo Gomes (PSB), que ultimamente tem feito várias críticas à gestão petista nas redes sociais, disse em entrevista que a campanha do PSB será feita "sem olhar para trás" e "sem ataques". Ele afirmou que o clima dentro do partido com a definição da candidatura de Roberto Cláudio é de animação. "Vamos para a eleição com a decisão de fazer uma campanha de alto nível e propositiva", acrescentou. Ivo afirmou que, após a decisão pela candidatura própria, a relação com o PT deve se manter normal, pois a aliança foi mantida em muitos dos municípios cearenses. "A eleição são três meses, o Governo do Estado e o Governo Federal continuam", declarou.
 
Fonte: Diário do Nordeste
REPÓRTER Beatriz Jucá

quinta-feira, 21 de junho de 2012

LUIZ GONZAGA COM QUINTETO VIOLADO CANTANDO A MORTE DO VAQUEIRO no Som Br...

 A MORTE DO VAQUEIRO - LUIZ GONZAGA HOMENAGEIA SEU PRIMO RAIMUNDO

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão valente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
E o seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi

Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora a sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Êh!

1971... SÍTIO LAGES, ONDE TUDO COMEÇOU...

MISSA DO VAQUEIRO
VAQUEIRO
O Vaqueiro surgiu junto com a colonização das terras brasileiras. Haja vista que a economia girava, notadamente, em torno da pecuária. Na região Nordeste o vaqueiro é a principal bandeira. Depois é o sanfoneiro.
Vaqueiro, homem rústico, corajoso e forte como a baraúna. Trabalhador da caatinga, que vive a enfrentar perigos para cuidar do gado.
Sua lida diária é intensa, montado a cavalo patrulha a fazenda certificando-se da segurança do gado solto, em terrenos extensos, arrebanhando-o aos currais para a contagem e marcação com ferro quente, que leva a marca do fazendeiro.
No período da seca, o vaqueiro tange o gado em longas viagens à procura de água para saciar a sede do rebanho. Quando a seca aperta, ele enfrenta os espinhos de xiquexiques e mandacarus, corta o caule, queima para amolecer os espinhos e serve aos animais.
Para enfrentar o perigo entre os espinhos e pontas de paus da caatinga, o vaqueiro veste o gibão, sua armadura, roupa feita de couro cru e curtida, que seca ao sol. O processo de curtir o couro é primitivo, deixando a cor de ferrugem e um forte cheiro característico.
O gibão não é só a proteção... Representa também um símbolo de bravura  e orgulho para o vaqueiro.
A indumentária do vaqueiro é composta de guarda-peito, luvas, perneiras, alpercatas ou botinas, chapéu e gibão.
O aboio é o canto que caracteriza o vaqueiro, quando abóia para conduzir o gado, transmitindo seus sentimentos, cantando em versos pelas festas de gado, seu universo lúdico e trágico, remetendo-nos ao cântico saudoso dos mouros.
Dois tipos de festas quebram a rotina do vaqueiro: a religiosa e a profana. A missa de padroeiro e a missa-de-vaqueiro, acompanhadas por cavalgada e procissão demonstram um profundo caráter religioso desses heróis anônimos. Já as festas profanas, são marcadas pelos folguedos, competições de montarias como cavalgadas, cavalhadas, vaquejadas e pegas-de-bois.
Encourado e com muita fé, o vaqueiro, legítimo herói do sertão, mitificado pelas batalhas na caatinga, conduz sua vida. Nos momentos de calma, abóia pelos tabuleiros o gosto de campear. 

A Missa do Vaqueiro tem sua origem no assassinato do vaqueiro RAIMUNDO JACÓ, morto traiçoeiramente nas caatingas do Sítio Lages no município de Serrita/Pernambuco.
RAIMUNDO JACÓ
Raimundo Jacó era natural do Exu e primo legítimo de Luiz Gonzaga. Jacó Era um excelente vaqueiro. Quando aboiava seu canto atraia o gado para perto de si, de uma maneira impressionante. Era capaz de adivinhar onde dormia e comia cada cabeça de gado sob sua responsabilidade.
 Narra à lenda que, o dono do Sítio Lages, ordenou que Raimundo Jacó e Miguel Lopes, fossem pegar na caatinga uma rês, arisca e estimada, que se afastou do rebanho, a data era 08 de julho de 1954. Entre Raimundo e Miguel havia uma rixa, devido a inveja que Miguel sentia do Raimundo por suas qualidades e habilidades em tratar o gado.
Ao fim do dia Miguel Lopes volta à sede da fazenda, sozinho, sem comentar sobre Jacó e a rês. Os outros vaqueiros preocupados, no dia seguinte saíram à procura de Raimundo Jacó e em meio à caatinga encontraram-no morto, ao lado da rês ainda amarrada e o seu fiel cachorro latindo, sem sair de perto. Uma pedra manchada de sangue denunciava a covardia do assassinato.
Miguel Lopes foi incriminado, abriu-se um processo, mas foi arquivado por falta de prova e o crime ficou sem solução, caindo no esquecimento.
Sendo Raimundo Jacó primo do Rei do Baião – Luiz Gonzaga, gravou a música ‘A MORTE DO VAQUEIRO’ em sua homenagem protestando o crime sem solução.

No terceiro domingo do mês de julho de 1971, ao ar livre, por decisão do padre João Câncio, apoiado por Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira, conhecido repentista do Cariri - Ceará foi celebrada a primeira Missa do Vaqueiro no Sítio Lages em homenagem a Raimundo Jacó e também aos vaqueiros nordestinos.
No centro da foto Padre João Câncio e Luiz Gonzaga
Em 1973 por iniciativa da Prefeitura Municipal de Serrita-Prefeito Romilson Cruz Sampaio e com patrocínio do Governo do Estado, Governador Eraldo Gueiros Leite foi erguida e inaugurada a estátua de Raimundo Jacó, no Sítio Lages, esculpida por Jota Mildes, artista de Petrolina, e, em 1974, foi construído o Parque Nacional do Vaqueiro. Já em outubro do mesmo ano, foi criada a Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão.
Na foto padre João Câncio e o Governador Eraldo Gueiros 
 Texto da placa do monumento
 JOTA MILDES escultor da Estátua de Raimundo Jacó

Em 15 de abril de 2009 a Festa do Vaqueiro tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.  A iniciativa da concessão do título partiu de proposta do deputado Maviael Cavalcanti (DEM). O parlamentar apresentou o Projeto de Lei n° 933/09, que originou a Lei n° 13.746/2009.
 Deputado Estadual Maviael Cavalcanti (DEM)

Vaqueiros de vários Estados do Norte e Nordeste e turistas do mundo inteiro comparecem à missa, que é celebrada a céu aberto, com os participantes montados a cavalo e vestidos com o tradicional gibão do vaqueiro nordestino. Diante da fé cristã, eles sobem ao altar e fazem suas oferendas, compostas de indumentária de couro, arreios e instrumentos usados no pastoreio. No momento da comunhão, a hóstia é substituída por queijo, rapadura e farinha de mandioca, alimentos do cotidiano sertanejo.
 Vaqueiro ofertando o gibão de couro
Momento da Comunhão

Além da missa, a festa ainda tem vaquejada, apresentações de espetáculos populares, feira de artesanato, cantorias, aboios, forró pé-de-serra e barracas com bebidas e comidas típicas.
Promovido pela Fundação Padre João Câncio, em parceria com a prefeitura municipal de Serrita e a Associação dos Vaqueiros, o Governo do Estado, a partir da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), patrocina o evento.


VEREADOR ARRAES SAMPAIO PEDE AFASTAMENTO DO PR

O vereador Dr. Arraes Sampaio comunica aos correligionários de Serrita que pediu afastamento da presidência da Comissão Municipal Provisória do Partido da República (PR). O afastamento se deu por não concordar com o rumo que o partido tomou no município na coligação com os partidos do grupo do prefeito Carlos Cecílio (PSD).
O parlamentar entendeu que esse acordo afronta a democracia, porque deixa o povo de Serrita sem opção de voto, além de ser um desrespeito aos que confiaram a Dr. Arraes o mandato de vereador.
Arraes Sampaio conclui dizendo que não participou e nem participará de “conchavos políticos”, afirmando que continuará nas bases de oposição de Serrita.
Fonte: Assessoria do vereador Arraes Sampaio

segunda-feira, 18 de junho de 2012

EMBOLADO COM EDUARDO CAMPOS, ARMANDO MONTEIRO NETO ANUNCIA HOJE APOIO À FRENTE POPULAR EM SALGUEIRO


VEREADOR ALVINHO PATRIOTA (PV) E DR. CHICO SAMPAIO (DEM)

O senador Armando Monteiro Neto(PTB), recebe por volta das 16 horas desta segunda, em seu escritório no Recife, o prefeito de Salgueiro Marcones Libório de Sá e a ex-prefeita e atual assessora especial do governo do Estado, Cleuza Pereira, ambos do PSB, para firmar o apoio do PTB à Frente Popular de Salgueiro, que terá o prefeito na disputada à reeleição.

Marcones Sá adiantou que as conversas estão avançadas com os integrantes do legenda no município, que tem o radialista Ednaldo Barros(PTB), na Câmara de Vereadores.

“O PTB já é forte na Frente Popular do Estado e só vem somando com o apoio que temos de Ednaldo Barros no legislativo e agora vãos marchar juntos nessa disputa que com certeza será vitoriosa pelas mãos da população que é nosso termômetro de aprovação dessa administração. E além disso, é evidente que temos todo apoio do governador Eduardo Campos que faz hoje um dos melhores governos do país. No mais, Armando Monteiro PE um nome importante pra nosso projeto de governo e que reconhece o trabalho que estamos fazendo”, argumenta o socialista.

Marcones Sá desta vez terá no campo da oposição o vereador Alvinho Patriota(PV), tendo na vice o desembargador Chico Sampaio(DEM).
Fonte:blog do Jamildo

SERRITA VARONIL - Vanildo Guimarães

Serrita
Terra forte, gente brava
Terra de poderes
Aéreo, Terrestre e Naval
Que de Pernambuco foi
A primeira capital
Muito antes de Recife e Olinda
Antes mesmo de Cabral

Primeira potência mundial
Com várias sediações ali
Sede da FIFA, da ONU e do FMI

Salvação desse Brasil
É Serrita a varonil
E aqui vai o seu perfil

Megalópole maior
E inspiração de canção
É terra de Sampaio, Xavier
Também de Chico Romão


Terra de cantador de viola
Repentista e violeiro
Lá também tem os vaqueiros
Tem cachaça e rapadura
É a terra do amor
Lá não existe amargura
Os vaqueiros têm a missa
E o povo a textura
De um oásis na terra
é Serrita a mistura

42ª Missa do Vaqueiro em Serrita-Pe. Homenagem da Família Xavier ao Cent...

INOCÊNCIO OLIVEIRA AFIRMA QUE SE PREFEITA NÃO SAIR, SERÁ EXPULSA DO PARTIDO

 DEPUTADO FEDERAL INOCÊNCIO OLIVEIRA/PR-PE.
 PREFEITA DE BEZERROS ELIZABETE MARIA SILVA DE LIMA/PR
O presidente estadual do PR, deputado federal Inocêncio Oliveira informou, neste domingo (17), que a prefeita de Bezerros, Elizabete Maria Silva de Lima (PR), conhecida como Bete de Dael, deverá deixar o partido ainda nesta semana. Na última sexta-feira (14), Bete foi presa junto com o marido, José Valdiael, por posse ilegal de arma, compra de votos e criação clandestina de animais silvestres. Antes do episódio, a prefeita trabalhava para disputar a reeleição no município.

Porém, segundo Inocêncio, o partido deverá apoiar a candidatura do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Severino Otávio (PSB). "Vamos mudar a comissão provisória do partido em Bezerros para que ela não possa ser candidato. Não compactuamos com atitude daquela natureza. Ela cometeu fatos gravíssimos e, portanto, será expulsa do partido", informou o deputado, deixando claro que, se não sair, Bete de Dael será expulsa do PR.

De acordo com ele, a prefeita já sinalizou, através de intercolutores, que deverá se antecipar à decisão do comando da legenda e entrará com um pedido de desfiliação. "Seria a melhor decisão para ela. Se não, vamos ter que tomar uma posição", disse Inocêncio.
Inocêncio Oliveira avisa que Bete de Dael, prefeita de Bezerros, vai ser expulsa

A prefeita foi detida pela Polícia Federal, mas foi solta no mesmo dia, após o pagamento da fiança, equivalente a 30 salários mínimos. Bete e o marido deverão responder o inquérito em liberdade. Além do casal, a PF prendeu outras 12 pessoas.
Fonte: blog do Jamildo