segunda-feira, 15 de julho de 2013

CARTA ABERTA AO GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS

Mais um filho da terra indignado com a falta de respeito por parte do prefeito e do governador Eduardo Campos, publica carta aberta no jornal do Commercio.
CARTA ABERTA AO GOVERNADOR de autoria de CARLOS ÉRICO SAMPAIO ANGELIM, publicada no Jornal do Commercio, 14/07/2013.

Caro Governador,
Vossa Excelência esteve no último dia 11 em Serrita para assinar ordem de serviço relativa à recuperação da PE 507, que liga Serrita a Salgueiro. Muito bem governador, este pequeno trecho, há muito demandava uma intervenção completa. Na solenidade, o prefeito de Serrita agradeceu não só pela recuperação da PE, mas também pela liberação R$ 981.529,57 do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) destinado a recapear com asfalto as principais ruas da cidade.
“Como assim”?, Perguntei a mim mesmo, ESTUPEFATO. Como e para quê asfaltar ruas já pavimentadas? E o calor que isso vai provocar? Serrita é um grotão sertanejo onde as temperaturas são, por natureza, elevadas.

Lembrei-me de ter lido no JC que este fundo foi criado para apoiar obras e ações de infraestrutura urbana e rural, educação, saúde, segurança, desenvolvimento social, meio ambiente e sustentabilidade. Não pretendo ensinar missa a vigário, mas vossa excelência, como economista, sabe, melhor do que eu que asfaltar ruas já pavimentadas com paralelepípedos, representa tudo, menos desenvolvimento.
Isso é absolutamente nonsense, em Serrita, diz o IBGE, em 2010 a frota era de 2.279 unidades. Numa estimativa otimista, agora em 2013, esse número não passa de 3.000. Serrita é um município de dimensões territoriais enormes, contudo sua sede não passa de uma pequena cidadezinha dependente dos serviços de Salgueiro e Juazeiro (CE).

Dos 2.279 veículos, 1.386 são motos, motonetas e assemelhados. E, tirando os poucos tratores, caminhões, micro-ônibus e ônibus, sobram apenas 581 veículos de passeio. Enfim, é uma frota por demais reduzida e para a qual o pavimento em paralelepípedo é mais do que suficiente e apropriado ao clima.
Sabe-se que o asfalto, por si só, é responsável pelas chamadas “ilhas de calor”, especialmente, onde não há cobertura vegetal. Há um estudo da USP que demonstra cientificamente um aumento de até 5 graus Celsius nas temperaturas noturnas nos lugares asfaltados. Ali em Serrita a aridez é constante e, doravante, eventual brisa noturna passará a contar com mais 5 graus.

Apelo a vossa excelência para adotar uma medida de contenção dessa obra que é, com efeito, um atentado, sob todos os aspectos, aos princípios mais fundamentais da Constituição Federal e, por tanto, não só contra o povo do lugar, mas contra o povo brasileiro.

Carlos Érico Sampaio Angelim 
Advogado

Avenida principal de Serrita com a pavimentação em paralelepípedos
A mesma avenida com asfalto







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