Suspeitos foram levados para a delegacia da cidade e, em seguida, ao presídio |
A Polícia Civil deflagrou na manhã de ontem, em Caruaru, Agreste do Estado, a Operação Ponto Final, que teve como principal objetivo prender dez vereadores acusados de cobrar propina ou vantagens para aprovar projetos do Executivo na Câmara de Vereadores. Foram detidos quatro parlamentares da base governista - Sivaldo Oliveira (PP), Cecílio Pedro (PTB), Pastor Jadiel (PROS) e Val das Rendeiras (PROS) – e seis da oposição – Val (DEM), Louro do Juá (SDD), Jajá (PPS), Eduardo Cantarelli (SDD), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB). Todos eles foram ouvidos na Delegacia Regional e depois acabaram sendo levados em um ônibus para a Penitenciária Juiz Plácido de Souza.
O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, informou ao JC que os presos “tentavam extorquir” o prefeito José Queiroz (PDT) para votar projetos que eram de interesse da população caruaruense. “Não podemos revelar mais detalhes porque o inquérito corre em segredo de Justiça, mas a linha é essa: extorsão para aprovar projetos”, limitou-se a dizer. Os detalhes da operação serão divulgados hoje, em coletiva no Recife.
Segundo a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), 120 homens foram mobilizados para cumprimento dos mandados. “É uma operação que corre em segredo de Justiça, mas nós já estávamos trabalhando nesse caso há pelo menos seis meses”, afirmou o delegado Salustiano Cavalcanti.
Em sua decisão, o juiz da 4ª Vara de Caruaru, Francisco Júnior, determinou ainda a suspensão dos mandatos de todos os envolvidos. Os suplentes tomam posse hoje, às 10h, na Câmara. Ao todo foram cumpridos dez mandados de prisão, 13 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva (quando a pessoa é acompanhada pela polícia para depor e depois é liberada). Nesse caso, foram ouvidos os vereadores Gilberto de Dora (PSB), Edjaílson Santos (PTdoB) e Ranílson Enfermeiro (PTB), além do secretário-executivo de Relações Institucionais, Davi Cardoso.
De acordo com o diretor do Presídio de Caruaru, Sérgio Paulo Siqueira, duas celas foram preparadas para receber os políticos, embora apenas dois dos presos tenham curso superior – Evandro Silva, que também é auditor fiscal da Receita estadual, e Eduardo Cantarelli, formado em Direito. “Como são vereadores, todos eles têm direito a uma cela especial, mas nesse caso preparamos duas para os vereadores”, informou Sérgio Siqueira. As celas contam com cama, banheiro com chuveiro, TV de 14 polegadas e ventilador.
Fonte: Jornal do Commercio
Wagner Gil/Especial para o JC
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