“Não sei se a chapa é competitiva. Ela (Marina)
acrescenta para ele (Campos), mas se você for pensar, se ela for vice, no
Brasil ninguém vota por causa do vice. As pessoas votam no candidato.
Precisamos saber quem vai ser o candidato, porque hoje, nos jornais, ela tá
falando claramente que pode ser candidata. Temos de observar isso com
tranquilidade: vai ser o Eduardo com a Marina de vice, ou vai ser a Marina com
o Eduardo de vice, ou vai ser um dos dois candidato sem o outro como vice?
Ainda tem muita coisa para acontecer”, afirmou o ministro, após audiência com a
presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
“Se formos olhar por essa mudança,
diminuiu a possibilidade de segundo turno. Eles tiraram pelo menos um
candidato. Se tiraram a Marina, significa tirar uma candidata que tinha mais de
20 pontos (de intenção de voto) nas pesquisas. Não podemos supor que todos
esses 20% vão migrar para o Eduardo Campos, com certeza a presidente Dilma vai
receber um porcentual disso. Vai ter bastante chão (a campanha presidencial),
temos de trabalhar bastante para nos organizarmos”, disse.
Em entrevista ao Estado publicada nesta quarta,
Marina disse que foi para o PSB porque tem a ambição de que a política “pode
ser melhor” e que não acredita em transferência de voto “porque o voto não é
meu, é do eleitor”. Marina afirmou não ter como “objetivo de vida ser
presidente” e sim “um país melhor”.
Preocupação. Questionado pelo Broadcast se a
aliança Campos-Marina não preocuparia o Planalto, Bernardo respondeu: “O
governo não está preocupado com isso. Quem tem de discutir campanha são os
partidos, as organizações que vão tocar a campanha. Campanha presidencial no
Brasil não tem hipótese de ser fácil, é sempre muito disputada. Vamos ter uma
eleição muito disputada”.
Na avaliação de Bernardo, a filiação de Marina ao
PSB é “positiva” para o PSB, mas não agregou tempo de televisão. “Eles fizeram
uma boa articulação política, pode ser que isso se desenvolva bem, pode ser que
não”, comentou.
Indagado sobre qual cenário seria melhor para a
presidente (ter Marina ou Campos como adversário), Bernardo respondeu que “o
melhor para ela (Dilma) é ter um bom governo, porque governo bom costuma
significar votos”.
“Não podemos organizar nossa campanha olhando,
torcendo para que os outros fracassem, temos de fazer a nossa campanha para ser
bem-sucedido. A presidenta tá muito tranquila nesse aspecto, tá fazendo um bom
governo, tem apoio, bons programas em execução. Com certeza, se você olhar qualquer
quadro, qualquer pessoa que entende de eleição, vai dizer que ela é a favorita
da eleição”, avaliou.
Para o ministro, Marina e Campos “já mudaram o
discurso”. “Quem mudou o discurso foram eles. Ela (Dilma) vai fazer o discurso
que tem feito, não teria cabimento mudar”, prosseguiu.
Fonte: Estadão
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