O 'fogo' acima dá ideia do verdadeiro teor das
articulações dentro do PSB envolvendo seu presidente nacional e o governador
cearense.
Até agora a
versão que se vinha tentando passar era de ‘bandeira branca’, com gestos
supostamente elegantes, pacíficos, de parte a parte. O ‘estouro’ de Ciro,
às vésperas do desmame do partido de Eduardo, foi ontem ao jornalista Gerson Camarotti, no portal G1, do
Globo. Ciro até agora até que vinha calado vendo seu irmão dentro da ciranda
para deixar o PSB sem maiores sequelas políticas para ele e seu grupo.
COISA DE CANALHA
''Por
essa eu não esperava. Isso para mim é coisa de canalha. Essa forma de fazer, eu
nunca esperei. Fiquei chocado. Se não queria que a gente ficasse no partido,
por que não disse? Isso foi uma canalhice'', desabafou Ciro, que ressaltou ser esta uma posição pessoal
e que não falava em nome de Cid, revelou Camarotti.
Ciro
externou surpresa e decepção com o fato de o PSB ter convidado para se filiar
ao partido a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), desafeta do grupo político do
governador Cid Gomes. “Eles convidaram a nossa adversária para entrar no
partido. Convidou a Luizianne. Isso é provocação”, enfatizou.
CONCILIADOR
Segundo ainda
o jornalista de O Globo, Ciro revelou que nos últimos meses tentou conciliar a
relação de Eduardo Campos com a presidente Dilma Rousseff. E que chegou a
conversar pessoalmente com o presidente do PSB nessa tentativa de
reaproximação. Lembrou ainda que fez críticas públicas à articulação política
do governo Dilma.“Me decepcionei muito. Vou seguir o Cid. O ambiente ficou
deteriorado”, avisou o ex-ministro, que
atualmente é secretário de Saúde do Ceará.
Ainda no
início da tarde ontem, na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), em Brasília, onde participou de um seminário sobre
infraestrutura, Ciro Gomes repetiu o ataque: “Não precisava descambar para o
acanalhamento definitivo. Deveria ter um mínimo de compostura”.
QUE
PALANQUE?
Ao definir
que o PSB entregaria os cargos federais, Eduardo Campos, segundo
Ciro, agiu “de forma truculenta” e com “falta de respeito”. “É preciso ter
um mínimo de dignidade. Eduardo sabe que me deve em termos de correção moral,
de caráter, de decência”, disparou. Ciro afirmou ainda que seu irmão foi franco
ao dizer ao colega pernambucano que a provável candidatura dele ao Palácio do
Planalto não seria oportuna.
“Agora que o
partido participa com dois ministérios e as vantagens inerentes de estar no
governo, apresenta candidatura para quê?”, criticou o ex-ministro, que
completou: “O PSB tem seis governadores. Qual vai dar palanque exclusivo para
Eduardo? Olha que pergunta constrangedora”, disse, referindo-se aos acordos
regionais com outros partidos.
Fonte: Blog do Magno Martins
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